domingo, 18 de maio de 2014

[SNES] Killer Instinct

C-C-C-Combo breaker!!!

O Ultra Fan Book [um livro com detalhes da produção da primeira temporada do Killer Instinct para XBox One] começa sua introdução com esta frase a respeito do primeiro KI: "há rumores de que os arcades foram enviados com o volume estourado para roubar os holofotes das outras máquinas próximas, e posso dizer em primeira mão: é verdade!".

Nunca que um arcade de Killer Instinct chegou sequer próximo da cidade onde moro. Pra falar a verdade, apenas anos depois de ter jogado Killer Instinct no SNES que descobri que existia uma versão arcade. Mesmo assim, minha primeira lembrança do jogo, em sua versão SNES, reflete bem esta questão do som do jogo.

Me lembro que o primeiro encontro que tive com o jogo foi em um sábado, numa locadora daqui. Minha família era muito pobre, mas naquela época meu pai tinha conseguido um emprego melhor, e, naquele sábado, eu tinha comido pão francês com muçarela e tomado refrigerante, o que era um enorme luxo pra mim até então, algo de ocasiões especiais. Além disso, tinha ganho uma moeda de um real. Estava todo feliz e iria gastar aquele real na locadora. Comecei a jogar Super Street Fighter 2, e logo meus amigos chegaram e começaram a jogar aquele jogo que eu nunca tinha ouvido falar, mas que tinha um som tão chamativo que ficava sobrepujando o som do jogo que eu estava jogando. Fiquei observando eles jogando. O que mais me chamou atenção certamente foi o som. Deste primeiro encontro minha impressão sobre o jogo era de que se tratava de uma espécie de clone de Mortal Kombat com um som chamativo.

Killer Instinct e seus gráfico de Donkey Kong...
Passou-se um bom tempo até que eu pudesse ter contato com o jogo novamente. Quando tive contato com o jogo novamente foi graças a forma estranha como os jogos apareciam aqui neste fim de mundo. Não sei como as pessoas conseguiam os jogos, e eles acabavam passando de mão em mão, mas, enfim, Killer Instinct chegou às minhas mãos. E desta vez pude jogá-lo, e jogá-lo com tempo.

À época, não conhecia nada da história do jogo. Aliás, só fiquei sabendo da história do jogo muito recentemente, que até é interessante. Mas quando joguei pela primeira vez, ignorava completamente a história. O que me chamou a atenção foi o design bizarro roubado da cultura pop dos anos 80/90, o "gráfico de Donkey Kong", e, principalmente, os combos.

Os americanos não tinham muita criatividade para fazer caixas de jogos. Aqui só temos informações inúteis e tendenciosas no verso da caixa...
Combos! Como gosto de combos! Não sei explicar a facinação que tenho por combos, só sei que me facinam, e Killer Instinct tinha muitos combos a oferecer.

Comecei jogando com o Cinder, escolha óbvia de quem não sabia nada sobre o sistema do jogo. O aprendizado foi longo. Sem internet e sem revistas, o jeito foi ir tentando desvendar na base da observação.

A famosa fita preta. Teria sido uma sacada legal fazer as fitas de Mortal Kombat assim.
Observando a estrutura do combo básico do Cinder e trocando alguns comandos, não foi difícil pegar o sistema de combos do jogo. Logos estava testando as combinações possíveis para todas as personagens, tendo deixado passar apenas combos começados com golpes overhead terrestres. Tinha descoberto alguns Danger Moves também.

Já quase não jogava com o Cinder mais. Fulgore era quem eu achava mais legal, além da Orchid que tinha os combos mais longos [e mostra os peitos em seu Danger Move].

O pouco de ajuda que tive foi de algumas revistas que acabaram aparecendo em lojinhas de R$1,99. Tinha um amigo que comprava algumas destas revistas, e, em uma delas vinha alguns cards com personagens de jogos de luta, e entre eles, de Killer Instinct. No verso dos cards vinhas os golpes e os Danger MovesFoi assim que descobri como jogar com o Eyedol.

Contrariando as expectativas, o manual trás muitas informações. Não possui todos os comandos, nem danger moves, mas explica bem as mecânicas do jogo.
A informação era tão escassa por aqui que demorei muito até saber que o jogo vinha com um CD da trilha sonora, sem contar que nunca tinha visto o cartucho original preto. Coisas de uma época sem informações e sem acesso em que se conseguia as coisas através de uma rede estranha de contatos.

Killer Instinct foi um jogo que gostei bastante, e que, apesar de ter jogado muito, ficou uma curta temporada comigo. Não lembro quem me arrumou, nem porque tive que devolver. E demorou muito até eu conseguir finalmente a minha cópia.

Bom, enquanto não tiver um XBox One, acho que o jeito é ir matando a vontade com os antigos.

CD lacrado ainda!
Por aqui só chegou uma cópia pirata deste CD, assim como os cartuchos, todos piratas...
Fulgore e Kirby... faz muito sentido, Nintendo...