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A bela capa do jogo |
Assim que as primeiras imagens e trailers do jogo The Legend of Zelda: A Link Between Worlds surgiu, pela minha relação com o Link to the Past [leia post aqui], a reação foi instintiva: PRECISO DESSA PORRA!
Confesso que na década de 90 não gostava de portáteis. Carregar portáteis por aí, tendo que gastar pilhas e mais pilhas para jogar jogos com gráficos muito piores que dos consoles não me chamava a atenção. Quando eu parava para jogar era em algum lugar que tinha console. Eu não fazia viagens, nem ficava parado no trânsito para que o portátil tivesse alguma vantagem. Não havia nenhum atrativo para mim.
Essa relação com portáteis começou a mudar por causa do Neo Geo Pocket.
Eu precisava ter um Neo Geo Pocket! Não tinha conseguido ter um Neo Geo, então o Neo Geo Pocket se tornou uma obsessão.
Também não consegui ter um Neo Geo Pocket na década de 90, mas minha obsessão por ele tirou um pouco do preconceito que eu tinha por portáteis.
Depois disso, em 99, Pokémon chegou em terras nevenses.
Pokémon foi uma febre aqui, assim como em todos os outros lugares, e, apesar de todos jogarem em emuladores, era um jogo de Game Boy. Depois disso, em 2001, foi a vez de The Legendo o Zelda: Oracle of Season e Oracle of Ages, que também joguei em emulador.
Já não tinha mais preconceitos com portáteis.
O que acabou coincidindo com a chegada de portáteis que podiam rodar gráficos melhores e jogos mais complexos, e também com uma fase de minha vida em que eu gastava um tempo considerável pegando busão para a faculdade ou para trabalhar. Fato é que hoje em dia portáteis são indispensáveis para mim.
Era questão de tempo até que eu comprasse o Nintendo 3DS. Feliz ou infelizmente, gosto bastante de algumas franquias da Nintendo...
Quando vi as primeiras imagens e vídeos do Link Between Worlds, quando o jogo nem tinha nome ainda [aliado ao fato de que Pokémon X e Y seriam lançados também], a conclusão foi inevitável: preciso comprar um 3DS.
Com alguns meses antes do lançamento, pude pesquisar promoções e comprar meu 3DS por um preço muito bom e aguardar o lançamento do jogo.
A princípio, achei que o jogo seria um remake do Link to the Past em 3D, que foi o que mais me chamou a atenção. Porém, conforme mais informações foram sendo liberadas, diferenças foram surgindo.
Já esperava que o jogo trouxesse mais coisas que o Link to the Past. Mas já próximo ao lançamento do jogo, não era certeza se eram mais coisas, ou simplesmente coisas diferentes.
Chegou então o dia 22 de novembro. Comprei meu Zelda. Bora jogar.
A primeira coisa a se notar é que há mais cutscenes. O que era o esperado. Com o hardware do 3DS mais cenas seriam acrescentadas ajudando a contar a história. E de fato o começo do jogo tenta ser algo mais natural, com uma sequência de eventos que não fosse tão rápida na mudança no Link de "Zé Ninguém" a "Herói". Essa primeira mudança me agradou, ou pelo menos me pareceu mais coerente. No entanto, logo no começo do jogo outras coisas me desagradaram...
O gráfico do jogo não é o que eu esperava. Aliás, o 3DS tinha potencial para muito mais. Quando se está jogando com a visão de cima [o que é a maior parte do jogo], o gráfico é agradável. Mas quando se muda o ângulo ou há alguma cutscene... MUITO RUIM. Por que não fazer como Pokémon, por exemplo, nas cutscenes usar modelos próprios e não os que andam no mapa do jogo? E, por que não caprichar um pouco mais na modelagem das personagens?
Não reclamo do gráfico por achar que seja o mais importante. Aliás, ainda gosto muito de certos jogos de Atari 2600. Mas quando olhamos para Link to the Past, notamos que a Nintendo fez um trabalho caprichado, produziu um jogo bonito, rico em detalhes, que não tinha coisas que destoavam, e que me passavam a sensação de que a Nintendo se empenhou em fazer o melhor possível. Quando olho para Link Between Worlds o que me vem a mente é o que poderia ser e não é.
Mudanças também nas músicas. O que também era esperado. Mas eu esperava que fossem outras versões das mesmas músicas, mas enquanto algumas se mantiveram, colocaram também outras músicas que, para mim, em nada combinam com a atmosfera do jogo. Simplesmente não entendi qual foi a da Nintendo nessa.
E, claro, mudanças em objetos, dungeons, etc. Esse tipo de mudança é aquela feita para dar um ar novo ao jogo, para aqueles que já jogaram o antigo e não queriam rejogar a mesma coisa. Até entendo este posicionamento da empresa, já que o objetivo é vender mais, e que podemos ter mudanças sem perder a essência do jogo, como o remake de Resident Evil para GameCube/Wii. Mas neste caso, para quem jogo Link to the Past, como Hyrule é basicamente idêntica, fica inevitável fazer comparações nas mudanças...
As mudanças em relação ao Link to the Past deixaram o jogo mais "longo". Fiquei com a sensação de que leva mais tempo para se fazer as coisas, parte por conta das cutscenes, parte pelos diálogos e coisas que se tem que fazer no jogo mesmo. Deixar o jogo mais longo não é algo ruim. Acabar rápido demais seria, sim, um problema.
Além de deixar o jogo mais longo, a Nintendo encheu o jogo de minigames. Não achei muita graça em nenhum dos minigames, o que é um ponto negativo. Quando os minigames são legais, você acaba jogando bastante eles. Quando são chatos, você os deixa de lado. Mas quando não acha graça, mas tem de fazer mesmo assim para pegar um item... é um ponto negativo.
A Nintendo também acrescentou algumas sidequests, que apesar de interessantes, não recompensam o jogador. Isso foi algo que me irritou no jogo. A recompensa pela exploração é muito pouca! Tiraram alguns tipos de locais escondidos, e as coisas secretas que sobraram basicamente são rupees. E você não precisa de tanto dinheiro assim no jogo. Sem fazer nada de mais você já consegue muito mais dinheiro do que precisa. Poderiam ter alguns itens escondidos, ou coisa do tipo.
Sobre os itens, apesar de acrescentar mais itens que em Link to the Past, a maioria serve para fazer apenas uma determinada coisa no jogo e mais nada. Quanta possibilidade desperdiçada pela falta de criatividade dos produtores! Dava pra ter enchido o jogo de coisas legais, que prolongaria a vida útil do jogo e a diversão, além de recompensar a exploração.
O cúmulo do desperdício de oportunidade fica por conta da habilidade de virar uma pintura e se mover pelas paredes, que é a principal mudança do jogo em relação ao Link to The Past. Quanta coisa poderia ser feita com isso! Mais ainda, quando, já mais à frente no jogo, se encontra o Stamina Scroll, que possibilita usar a habilidade de andar pela parede por mais tempo, e eu pensei que isso seria usado para chegar a locais escondidos por Hyrule e Lorule que não era possível antes, vejo que a única coisa extra que se consegue desta forma é um baú com, adivinhem, rupees! Porra, Nintendo! Olha a oportunidade de fazer coisas legais!
E por falar em Lorule, não temos um "Dark World" em Link Between Worlds, temos Lorule. Lorule é um outro mundo acrescentado pela história [este jogo conta cronologicamente não como um remake, mas sim como um evento acontecido anos depois de Link to the Past]. É nessa parte que seu cérebro esquece um pouco de Link to the Past, porque Lorule é bem diferente, ou não é tão igual, ao "Dark World". Lorule acabou sendo a parte do jogo em que eu pude desfrutar sem ficar torcendo o nariz. A falta de criatividade impera também, mas por não ser uma cópia do "Dark World", meu cérebro não ficava fazendo comparações automáticas. Apesar disso, Lorule segue a mesma "mecânica" do "Dark World". Depois, último chefe e fim...
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apesar da bela capa, o jogo não tem nem manual... |
Sobre a história do jogo, a premissa é boa, mas a execução é aquela coisa: o mais infantil possível, como num conto de fadas, recheado de clichês...
Minha visão sobre este jogo é que a Nintendo perdeu uma ótima oportunidade. O jogo não é um remake, nem é um jogo novo. Erro bobo. Além disso, teve grandes oportunidades de utilizar o hardware do 3DS e os novos itens, mas não fez mais que o básico do básico do óbvio.
O que deixaria o jogo MUITO melhor? Primeiro, não deixar Hyrule idêntica à do Link to the Past, tirar da cabeça do jogador a ideia de remake, fazendo um novo jogo com a mesma mecânica, mas não com o mesmo mundo de Link to the Past; tratar a história, que tem uma boa premissa, de forma menos infantil, aproveitando os ganchos que a premissa dá; fazer gráficos, pelo menos nas cutscenes, que condigam com a história, e que não sejam toscos [se até Pokémon pode, por que Zelda não?]; e ter usado as oportunidades que o hardware do 3DS oferece, aliado aos novos itens, de forma criativa, promovendo a vontade do jogador de explorar o mundo, e, principalmente, o recompensando por isso.
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cartãozinho simpático do jogo |
The Legend of Zelda: A Link Between Worlds é um bom jogo pra quem gosta do estilo Zelda 2D, e se você não ficar lembrando do Link to the Past, ou se não o jogou, mas poderia ser MUITO melhor...